segunda-feira, 20 de agosto de 2012

História do Nascimento da Ana Carolina - parte 2

O Joca a esta altura já estava bastante a vontade na maternidade. Ele havia cadastrado a digital do seu dedo para poder entrar e sair pela catraca a hora que quisesse. Ele comprou um cartão de internet sem fio para poder ir colocando as fotos para os familiares verem.

Pelas manhãs o Joca tomava café no Mac Donalds, com um hamburger e uma fritura a base de batata gordurosa. Para o almoço e jantar ele descobriu um restaurante porquilo numa galeria da Paulista. Comida boa e preço justo.

A Ana ficava quase todo o tempo no quarto. Mamava e dormia com a gente. Pelas manhãs o dr. João vinha ver se estava tudo bem e acordava o sono do Joca. As enfermeiras vinham de horas em horas perguntar o nome e data de nascimento da Alessandra e dar algum remedinho. Um dia a enfermeira ensinou a dar banho na banheira. Ensinou que tem que deixar tudo à mão para conseguir fazer tudo sozinha. Colocava o shampoo na mão enquanto segurava a bebê com a outra mão. Depois fazia um pacotinho de bebê enrolado no cobertor. O Joca registrou todo o procedimento.

Quando estávamos para ir embora um exame deu icterícia, que é um problema que deixa os olhos amarelos. Como não queríamos que nossa filha tivesse olhos amarelos, ela tinha que ficar mais um dia na maternidade para tomar banho de luz azul. No entanto a nossa estadia no quarto luxo havia acabado e teríamos que ir para casa e visitar a bebê de vez em quando.

Aí o Joca resolveu ir falar com a chefe das enfermeiras, a portuguesa dona Mafalda, e tiveram a idéia de pedir para que o médico da Alessandra não desse alta para ela continuar no quarto. Telefonaram para o doutor, mas como ele não atendia, deixaram recado. Ao mesmo tempo, o pessoal da recepção pediu para o seguro de saúde para que a bebê ficasse em um quarto individual e a mãe pudesse ficar como acompanhante. Daí o seguro aprovou, e tínhamos que ligar de volta para o doutor para cancelar o cancelamento da alta, pois a Alessandra tinha que receber alta para ser a acompanhante da bebê. Passaram o dia inteiro resolvendo o problema.

No final das contas deu certo, mas tivemos que ser transferidos para um quarto standard, que não tinha duas TVs. O estacionamento também tinha vencido, e tivemos que arrumar outro mais em conta, mas o importante é que todos ficaram juntos.

O Joca foi fazer o registro da Ana, que era um momento que a Alessandra muito temia. Para brincar, o Joca havia imprimido um canhoto de protocolo falso, para fingir para a Alessandra que ele tinha registrado a filha como Ana Natalina. Quando a Alessandra viu o papel, ficou com uma cara que o Joca teve que logo esclarecer a brincadeira para que não secasse o leite.

Chegou o dia de ir embora. O médico fez os exames e viu que estava tudo bem. O Joca foi buscar o carro e todos foram embora, pela avenida Paulista.


Nota: não sei se todos os dados estão corretos, mas esta é a lembrança que tenho daqueles dias em que a Ana nasceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário