quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Passarolo


No fim de semana fomos a São Bento do Sapucaí para a corrida da Pedra do Baú. Estávamos 
voltando de um passeio e a Ana comentou, entristecida que nunca ela tinha pegado um passarinho. 
Todas as vezes fui eu que achei os passarinhos e dava na mão dela, mas ela nunca havia pegado 
ela mesma um passarinho. 

Chegando à pousada, a Ana entrou com Alessandra no quarto e eu fui ver a temperatura da água 
da piscina. Lá estavam 2 crianças japonesas, a Júlia e a Luiza, que perguntaram se eu podia fazer 
um favor. Elas disseram que tinham um passarinho que tinha fugido e se escondido debaixo de um 
armário lá na churrasqueira. Disseram que a mãe delas tinha dado para elas Como o braço delas era 
curto, elas não conseguiam alcançar. 

Elas falavam comigo e cochichavam entre si, o que me deixava desconfiado que não fosse verdade. 
Eu olhei debaixo do armário e não dava para haver direito porque estava escuro. Estava com medo 
de colocar a mão e ser uma armadilha... Liguei o flash do celular para ver melhor, mas ainda não dava 
para saber se era um pássaro. Daí a Ana chegou para perguntar o que a gente estava fazendo. 

Puxei o armário para frente e aí vi que era um passarinho. Peguei um espeto da churrasqueira para 
cutucar e pedi para a Ana pegar quando ele saísse. E ela pegou. Ela era a mais habilitada a fazer 
o resgate porque a japonesa pequena era 2 anos mais nova e a mais velha disse que tinha medo de 
pegar o passarinho na mão. Depois ficou claro que elas cochichavam porque mentiram que o passarinho 
era delas. Acabamos soltando ele no jardim, e a Ana ficou triste. 

Passarinho 1

Então fomos jantar, indo a pé até o restaurante. Chegando a uma praça, a Ana se distanciou alguns passos 
e quando olhei ela estava com outro passarinho na mão. Ela havia pegado no gramado. Como tínhamos 
que jantar, pedimos para ela devolve-lo no lugar, achando que ele estava machucado. Mais tarde voltamos 
à praça e ele estava no mesmo lugar, quietinho e a Ana quis pegá-lo de novo. De repente ele saiu voando, 
numa boa, mostrando que ele não tinha nenhuma dificuldade. Não sei por que ele deixou que a Ana o pegasse 
na mão tão facilmente. Mas o fato é que naquele dia, a Ana pegou 2 passarinhos, horas depois de ter reclamado que nunca havia pegado nenhum. 


Passarinho 2